A vida em parábolas...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

3 - Uma das melhores sobre o AMOR!

Foto: Onny
Amor é um Começo pelo Fim
(Artur da Távola)


O amor corre mais rápido do que os acontecimentos
que estão no seu caminho. Na vigência do amor,
as pessoas vão até o fim das outras muito rapidamente,
passando por cima, ambas, de aspectos, maneiras de
ser e comportamentos do ser amado.

O amor é uma corrida apressada até o fim e o mais alto do outro. Só depois de, se lá chegar, e viver, e ser, e gozar, e sentir, começam os percursos e percalços da volta, retorno às partes que se tornaram retardatárias mas existem e se movimentam.

É como o curso de um rio que desemboca no próximo e reflui. Na vigência explosiva ou hipnótica do amor, chega-se logo, e com deslumbramento, ao fim do curso. Aí, há o refluxo. A água volta à origem e no retorno vai passando por partes que ficaram submersas, invadidas ou esquecidas quando as águas passaram aceleradas e torrenciais.

O amor é um começo pelo fim, no qual o meio vem sempre depois com as suas insuperáveis leis. Por isso, corre mais rápido do que as veredas que estão no seu caminho. A vivência de amor é difícil e dolorosa porque significa voltar, depois de ter chegado ao fim, ao auge, ao máximo.

O amor verdadeiro e duradouro é o preço desse retorno sobre si mesmo e a complementação de tudo o que estava no caminho e foi superado pela velocidade e intensidade das águas-paixão. Essa volta vai revelando, dia a dia, momento a momento, as margens de cada um que ficaram esquecidas ou deixadas para depois na passagem turbilhonária e deslumbrante da paixão. Nessas margens estão os mais lindos recantos de cada ser e se escondem aspectos menores e restritivos, os defeitos e imperfeições.

Difícil, portanto, não é a chegada ao fim: é viver os vários refluxos, pois neles estão escondidas as depressões suficientes (ou não) para terminar o amor. Ao mesmo tempo, o amor cresce, na medida em que o refluxo permite descobrir, com mais calma, as partes lindas de cada um, os remansos, as terras fecundas do afeto, as voltas sinuosas, os jardins de paz e de cada existência. As partes férteis de cada ser.

É quando o amor deixa de ser muito bom, para ser mútuo bom. E o amor só é muito bom quando, depois de ter chegado ao máximo (no sentido de ápice, extremo), volta-se sobre si mesmo num refluxo enriquecedor e aumenta depois que passa a ilusão.

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posted by Mundo da Onny at 00:17

1 Comments:

Muito lindo o post!

Bjo0!

Scarlet

20 de maio de 2009 às 21:09  

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